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Tragédia: Após forte terremoto, Haiti é afetado por ciclone; mortes chegam a 1.419
Uma tempestade tropical despejou fortes chuvas nas regiões atingidas pelo terremoto de magnitude 7,2 no Haiti. Os fortes abalos atingiram o país no último sábado (14), matou pelo menos 1.419 pessoas e feriu outras 6.900 até o momento – estes números devem aumentar à medida que os esforços de busca e resgate continuam.
A tempestade tropical Grace atravessou a costa sul de Hispaniola, a ilha que abrange o Haiti e a República Dominicana, na noite desta segunda-feira (16), trazendo consigo ventos e chuvas fortes, de acordo com o meteorologista da CNN Taylor Ward.
A previsão é de que a chuva diminua durante a manhã desta terça-feira e dure até a tarde nas partes mais a oeste da península meridional, acrescentou Ward.
Hospitais locais disseram à CNN que estão sobrecarregados de vítimas e precisam desesperadamente de suprimentos médicos.
O terremoto também destruiu e danificou dezenas de milhares de casas, de acordo com a agência de Proteção Civil. Os tremores bloquearam estradas e destruíram a infraestrutura, dificultando o acesso de suprimentos vitais às áreas afetadas.
Esforços estão em andamento para reparar as estradas entre a cidade de Les Cayes e a cidade de Jeremie – vias que foram obstruídas durante a noite devido a tremores secundários e deslizamentos de terra.
Falando enquanto a tempestade Grace se aproximava, Jerry Chandler, chefe da agência de Proteção Civil do Haiti, disse à CNN que “possíveis inundações na área afetada pelo terremoto” poderiam “ser uma complicação para uma situação já complicada”.
Muitas pessoas estão dormindo ao ar livre desde o terremoto. Enquanto isso, a frustração está crescendo com a lenta distribuição de ajuda do governo haitiano.
“Nós realmente precisamos de ajuda, ontem eu estava ajudando no hospital e as coisas estavam fora de controle”, Marcelin Lorejoie, um voluntário haitiano, disse à CNN neste domingo.
“Não há médicos suficientes, nem medicamentos suficientes e temos pessoas com ferimentos graves. Precisamos de ajuda urgente antes que as coisas [fiquem] mais complicadas.”
Primeiro-ministro fala em esforços ‘sem trégua’
Nesta segunda-feira (16), o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, prometeu acelerar os esforços de ajuda e resgate. “Vamos aumentar nossos esforços em dez vezes para alcançar, em termos de assistência, o número máximo de vítimas possível”, escreveu ele no Twitter. “Diante dessa emergência, não há trégua.”
As autoridades têm ido de casa em casa em busca de sobreviventes – esforços que demandam uma quantidade enorme de recursos.
No local de um hotel que desabou, uma equipe da CNN viu apenas uma escavadeira, que não estava funcionando no momento. Não havia polícia ou segurança nas proximidades, pois as pessoas carregavam aparelhos de ar condicionado para longe do prédio destruído.
O Haiti, que vive em uma economia em dificuldades e emerge dos desdobramentos do assassinato do então presidente Jovenel Moise em julho – depende fortemente de países e organizações doadoras para seus esforços de socorro.
Chandler disse que está trabalhando com países doadores para garantir que as necessidades básicas de emergência dos haitianos afetados pelo terremoto sejam atendidas.
O Comando Sul do Exército dos Estados Unidos tem coordenado esforços com parceiros interinstitucionais desde sábado (15) para “avaliar a situação e fornecer apoio após o terremoto” no Haiti, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, durante uma reunião nesta segunda.
Os EUA enviaram uma equipe de 14 militares para avaliar a situação no Haiti, enquanto a Marinha dos EUA está ajudando com “aeronaves tripuladas e não tripuladas para fornecer imagens aéreas da devastação do terremoto”, disse Kirby.
O terremoto ocorreu às 8h30, horário local, no último sábado (15), a uma profundidade de cerca de 10 quilômetros; seu epicentro foi cerca de 12 quilômetros a nordeste de Saint-Louis-du-Sud, na parte sudoeste do país.
Esse local fica a cerca de 96 quilômetros a oeste do epicentro do desastroso terremoto de magnitude 7 que matou mais de 200 mil pessoas em 2010.
CNN Brasil