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Cultural

Tradução de cartas do século 17 resgata a história do RN

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A Real Biblioteca de Haia, na Holanda, guarda importantes registros da história do Rio Grande do Norte durante o período colonial, no século 17.

São seis cartas escritas em tupi  e trocadas entre os Potiguara, que  habitavam a porção Leste do Nordeste brasileiro, mais especificamente, o RN e a Paraíba.

Dentre as cartas, estão escritos de Felipe Camarão, um dos principais personagens do período colonial do Estado. O material foi inteiramente traduzido e revela, pela primeira vez, parte da nossa história narrada pelos próprios indígenas.

As cartas foram escritas no âmbito dos dois mais importantes massacres religiosos da história do Rio Grande do Norte: entre agosto e outubro de 1645. Em julho daquele ano, fiéis católicos foram mortos por holandeses em Cunhaú, na cidade de Canguaretama, e em outubro, outro massacre foi registrado, desta vez no distrito de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante.

O professor da USP explica que os escritos revelam um descontentamento de Felipe Camarão com a perda da cultura de seu povo em meio aos conflitos entre portugueses e holandeses pelo domínio do litoral brasileiro.

Navarro afirma também que Felipe Camarão conta detalhes sobre a morte de generais em batalhas.

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