COVID-19
COVID: RN mantém imunização de adolescente e ministro critica estados por vacinar sem autorização da Anvisa
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira 16 que a recomendação pela suspensão da vacinação contra Covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades se deve pela notificação de casos de eventos adversos em jovens que receberam imunizantes que não foram o do Pfizer.
Segundo o ministro, a vacinação deste público foi ‘intempestiva’ e ao menos 3,5 milhões de adolescentes teriam sido imunizados com vacinas que não eram a recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Destes, mais de 1.500 teriam sofrido eventos adversos.
Diante destes números, Queiroga disse que resolveu pela suspensão porque o Ministério da Saúde não pode se responsabilizar por erros de imunização dos estados. O ministro enfatizou que os estados devem seguir as recomendações do Programa Nacional de Imunizações.
“Não dá para o Ministério da Saúde se responsabilizar por condutas que são tomadas fora das recomendações sanitárias do país. Não apliquem vacina que não tem autorização da Anvisa; e mãe não levem suas crianças para sala de imunização para tomar vacina que não tem autorização da Anvisa porque nós não vamos aceitar isso”, disse.
O Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação contra Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no país, em nota técnica publicada nesta quarta-feira 15. Passa a ser recomendada a vacinação nesta faixa etária somente em adolescentes que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Apesar da suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidade em Natal, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap-RN) informou nesta quinta-feira 16 que a imunização vai continuar acontecendo normalmente nos demais municípios do Rio Grande do Norte. De acordo com o órgão, o comunicado do Ministério da Saúde está circulando em grupos, mas não chegou oficialmente.
De acordo com a secretaria, a recomendação é continuar a vacinação nos demais municípios por enquanto. “A Sesap esclarece que vai manter a deliberação tomada anteriormente em conjunto com os municípios e orienta a continuidade da vacinação contra a Covid-19 entre adolescentes de 12 a 17 anos, com ou sem comorbidades, no Rio Grande do Norte”, informou através de nota enviada à imprensa no início da tarde desta quinta 16.
“Para tanto, a Sesap irá aguardar ainda um posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), requisitado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a respeito de eventuais mudanças com relação à aplicação dos imunizantes nos menores de idade, como sinalizou o Ministério da Saúde. A Sesap mantém seu apoio ao processo de vacinação, a confiança na segurança dos imunizantes disponíveis e nas experiências científicas que garantem a eficácia para esse público. É público e notório que o avanço da vacinação vem trazendo resultados substanciais no RN, salvando diversas vidas e evitando internações na rede de saúde”, finaliza.
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) suspendeu que a vacinação de adolescentes sem comorbidade nesta quinta-feira (16). A ação decorre de uma recomendação do Ministério da Saúde enviada para o órgão afirmando que na faixa etária de 12 a 17 anos não existe gravidade e apenas quem tem algum fator de agravamento da doença devem ser imunizados neste momento.
A informação foi encaminhada pelo Ministério da Saúde a SMS durante a madrugada desta quinta-feira. Até que todos os pontos sejam esclarecidos, a vacinação continuará suspensa.
Vacinação de adolescentes em São Rafael/RN
De acordo com a coordenadora de vacinação do município de São Rafael, Cleide Almeida, ela afirmou que continuará com a imunização dos adolescentes com a vacina da Pfizer, até uma segunda ordem por partes dos órgãos competentes.
Erros de imunização
Queiroga criticou os estados de São Paulo, Maranhão, Amazonas e Rio de Janeiro, onde, segundo levantamento do Ministério da Saúde, teria uma ocorrência maior de aplicação de doses que não eram da Pfizer em adolescentes. Segundo ele, dos 1.545 casos relatados de efeitos adversos pós-vacinação em adolescentes, 93% incorreram em pessoas que receberam imunizantes que não foram da Pfizer.
“Às vezes tomaram a primeira dose de um imunizante e a segunda de outro imunizante. Houve vários erros de imunização neste processo. Monitoramos os casos e a maioria são efeitos adversos leves, mas um relato de um paciente em São Paulo teve morte temporariamente associada ao processo de vacinação, mas não sabemos se o paciente tinha comorbidades ou não”, disse.
Orientação para quem já tomou 1ª dose
Ainda segundo Queiroga, adolescentes que tomaram a primeira dose de imunizante que não o da Pfizer não devem tomar uma segunda dose. De acordo com o ministro, somente adolescentes que tomaram a vacina da Pfizer deverão tomar a segunda dose.
“Os [adolescentes que se imunizaram e] que não têm comorbidades, parem por aí. Os com comorbidades que não tomaram Pfizer, não vou autorizar a intercambialidade”, disse.
CNN
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