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Com foco em estratégia única de ações, fundo da Brasil Capital é destaque da década

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SÃO PAULO – Não é tarefa simples se destacar em um ranking dos melhores fundos de ações do Brasil nos últimos três anos, período bastante generoso para a alocação em Bolsa, já que o Ibovespa praticamente dobrou de valor. Conseguir, então, marcar presença no grupo de campeões da década é um grande feito de apenas duas gestoras do país: Brasil Capital e Verde Asset. Ambas foram destacadas no ranking InfoMoney-Ibmec 2020, com seus fundos de ações e multimercado, respectivamente.

O Brasil Capital FIC FIA acumulou ganho de 140,5%, em três anos, e valorização da ordem de 500%, na década. Os resultados superam, e muito, as altas de 97,3% e 68,6% do Ibovespa, nos dois intervalos. Com isso, o fundo conquistou a terceira posição entre os melhores de ações em dez anos, em uma premiação que conta ainda com Atmos e AZ Quest.

Com o mercado acionário brasileiro em trajetória ascendente desde 2016, hoje parece fácil entender a importância de ter uma parte do patrimônio dedicada à Bolsa. Mas essa visão, que está longe de ser a realidade da maior parcela dos brasileiros, parecia um sonho ainda mais distante lá em 2008, quando a história da Brasil Capital começou.

Originalmente focada na gestão de recursos proprietários, a casa contou com o capital da família Ermírio de Moraes para dar a largada do fundo – um dos herdeiros do grupo Votorantim, José Eduardo Ermírio de Moraes, morto em um acidente aéreo em 2013, foi um dos fundadores da Brasil Capital.

Oito anos depois, em 2016, investidores “comuns”, pessoas físicas, começaram a ter acesso à carteira já bem conhecida de clientes institucionais brasileiros e estrangeiros e family offices.

O grande crescimento de cotistas, contudo, é ainda mais recente: aconteceu após as eleições de 2018, principalmente em 2019, conta Ary Zanetta, sócio e gestor da Brasil Capital.

Gestão coletiva

A gestora tem 16 pessoas na equipe, sendo dez sócias, e concentra as atenções em sua única estratégia “long only”. “Não existe uma ‘caixinha’ para cada gestor e, sim, uma cota única”, frisa Zanetta, que foi sócio do Credit Suisse Hedging Griffo antes da ida para a gestora.

Com uma equipe fã do megainvestidor Warren Buffett, um dos maiores defensores da filosofia do value investing, a gestão conta ainda com Andre Ribeiro, ex Fama, e Bruno Baptistella, também ex-Credit.

Para fazer parte da carteira, Zanetta deixa claro que a Brasil Capital analisa o modelo do negócio, assim como as pessoas que tocam a empresa e, é claro, o valuation. “Esses são os pilares para o investimento”, assinala o sócio, que lembra que mais da metade da receita da companhia precisa partir do Brasil para as ações comporem a carteira.

A gestora acompanha cerca de cem empresas brasileiras hoje, com um trabalho de pesquisa que se assemelha a uma investigação. Tanto que, há um ano e meio, foi criado o BC Labs, projeto executado por programadores e com foco em pesquisa, com o objetivo de facilitar o trabalho de análise e a tomada de decisões. “Nosso processo de pesquisa e análise nunca termina”, diz Zanetta.

Em 2017, Christian Klotz, ex-Fama e que estava até então na Jaguar Growth Investimentos, uniu-se à Brasil Capital, tendo como base São Paulo e Nova York. Isso porque seu foco está no atendimento de investidores estrangeiros, que respondem hoje por 10% da base, mas também em pesquisa de tecnologia.

Além do maior ingresso de clientes pessoas físicas no fundo, a Brasil Capital estreou, no ano passado, no segmento de previdência, com um fundo voltado para investidores qualificados e outro sem restrições.

Com um patrimônio de R$ 7 bilhões na gestora, o Brasil Capital FIC FIA está atualmente fechado para captação.

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