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COVID-19

‘Ou se cria consciência coletiva, ou teremos o mês mais dramático da pandemia’, diz governadora do RN

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Fátima Bezerra (PT) cobrou que prefeitos publiquem decretos com medidas restritivas de maneira urgente. Ela considera cenário ‘dramático’ e teme por situação em março.

Após publicar um decreto com recomendações para os municípios adotarem medidas de contenção à Covid-19, como o fechamento de bares e restaurantes depois das 22h, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), cobrou que as prefeituras adotem essas e outras ações mais restritivas para conter o avanço da pandemia no estado de forma urgente.

Em entrevista ao RN 1, da Inter TV Cabugi, a governadora falou que considera a situação no estado “dramática” e que os municípios precisam agir com coragem e até “antipatia” para adotar medidas restritivas mais severas. Caso contrário, ela acredita que o estado pode viver em março a situação mais crítica de toda a pandemia.

“Eu estou tomando medidas no sentido de dizer: é preciso adotar urgentemente essas medidas restritivas”, disse Fátima Bezerra.

“Isso tem um fundamento científico, do nosso comitê, que está dizendo o seguinte: ou se cria essa consciência coletiva e aí são as autoridades públicas não se omitindo ou fugindo da suas responsabilidades, e tendo a coragem de tomar medidas, inclusive que podem ser antipáticas, chamando a sociedade pra que se possa evitar as aglomerações, ou se não, nós vamos ter o mês, em março, mais dramático da história da pandemia no Rio Grande do Norte e no Brasil”.

A governadora explicou que o motivo de o decreto publicado pelo governo do estado no sábado ter sido em forma de recomendação é uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que dá autonomia aos municípios para tomarem decisões referentes às restrições durante a pandemia. “Essa competência, de acordo com o STF, é do município”, disse a governadora, que cobrou atitude.

“Quero conclamar os prefeitos e prefeitas. É urgente. É pra ontem. Tenham atitude. Baixem o decreto. Se vocês querem tomar inclusive medidas mais restritivas ainda, que tomem. Adotar toque de recolher por que não? É fundamental que façam isso. Porque não adianta achar que só abrir leitos de UTI vai resolver. Não vai”.

De acordo com o Regula RN, plataforma que monitora em tempo real as internações por Covid-19 no estado, atualmente o RN tem 87% de ocupação dos leitos críticos. A Grande Natal ultrapassou os 90%. A consulta foi realizada às 17h desta segunda-feira (22).

egundo a governadora, 64 novos leitos serão abertos no estado nesta semana. Ela disse ainda que conversou com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pedindo mais 20 kits de leitos de UTI para o estado.

Fátima Bezerra reforça, no entanto, que a ampliação da rede não vai solucionar todos os problemas e que por isso é necessário que a população evite aglomerações e siga com as medidas sanitárias necessárias.

“Não se iludam. Não basta só abrir leitos de UTI. Não basta. O mundo inteiro está comprovando que as medidas sanitárias são imprescindíveis para gente conter a transmissibilidade da doença”, disse.

A gestora reforçou também que a descoberta confirmada pela UFRN no sábado, de que as duas variantes brasileiras (identificadas primeiro em Manaus e Rio de Janeiro) já circulam no estado, é motivo de preocupação.

“Nós estamos tratando aqui de uma pandemia, que infelizmente voltou a crescer de novo. Que está trazendo um dado preocupante, que é a mutação do vírus que chegou no RN. Então, eu não vou iludir a população do meu estado, dizendo que basta apenas de um lado abrir leitos, que isso vai ser resolvido”, disse.

“Não vamos iludir a população. Achar que apenas com a obrigatoriedade do uso da máscaras nós vamos conter essa pandemia. É necessário medidas mais restritivas para conter aglomeração”.

Sobre o novo lote de vacinas, a governadora disse que está programado para chegar nesta quinta-feira (25), mas o governo federal ainda não disse a quantidade. Fátima Bezerra criticou a demora no processo até o momento.

“A pauta mais importante nesse momento é vacina. É acelerar. Nós temos 3,5 mi habitantes no RN. Sabe quantas pessoas nós vacinamos até o momento? 81 mil pessoas. Isso por falta de coordenação do governo federal. Falta eficiência, começou esse processo muito tardio”, disse.

“É claro que se o processo de vacinação no nosso país, cuja responsabilidade de garantir a distribuição é do governo federal, estivesse funcionando a contento, nós não estávamos passando por esse momento dramático que nós estamos vivendo com os hospitais superlotados”.

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