Brasil
Lula pede desculpas sobre fala em que diz que pessoas com transtornos mentais têm “desequilíbrio de parafuso”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi as redes sociais neste sábado (22) para se desculpar por uma declaração feita na última semana.
Durante uma reunião em Brasília com ministros e governadores, para tratar de ações para prevenir a violência nas escolas, Lula disse que pessoas que possuem problemas mentais têm “desequilíbrio de parafuso”.
“A OMS sempre afirmou que na humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça”, disse.
Pelo Twitter, o presidente se desculpou, e afirmou que “não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental”.
Mion critica fala de Lula sobre pessoas com deficiência: “Absurdo, me senti atingido”
O apresentador de televisão Marcos Mion utilizou as suas redes sociais para publicar um vídeo em que manifesta críticas sobre o posicionamento recente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da população com deficiência. Segundo o petista, “pessoas com deficiência mental têm um problema de desequilíbrio de parafuso”.
A fala foi realizada na última quarta-feira, 19, durante reunião com ministros e governadores sobre prevenção de violência nas escolas. Mion considerou a fala capacitista, ou seja, que discriminatória contra pessoas com alguma deficiência, além de ter utilizado uma expressão ultrapassada, na visão do apresentador, já que o termo “deficiente mental” passou a ser tratado como “deficiente intelectual”. “Temos de nos policiar, de aprender, de nos adequar. Isso não só é muito pejorativo, quanto incentiva outras pessoas que continuem usando esses termos, que precisam ficar no passado. Sem contar a enorme quantidade de brasileiros que não tem acesso à informação, daí chega o presidente e fala isso.
A gente aqui lutando pela aceitação, conscientização, normatização de todas essas condições, noite e dia. Essa pessoa sem informação pode olhar para seu filho com deficiência intelectual e perder as esperanças, porque se o presidente diz que ele tem um parafuso desequilibrado, para que ela vai continuar lutando?”, questionou Mion.